Monday, October 26, 2009

WebLove 2.0 - II Metalinguagem

E por mais que eu busque inspiração em outros temas - diga-se aqui que pesquisei em matérias, conversas de bar, Google, etc - O assunto “você” ainda é o que consegue espremer alguma palavra que possa constar aqui. Mesmo que “você” nem desconfie, os devaneios sobre a sua existência ainda conseguem trazer uma gota de euforia no coração e nos dedos para digitar e exercitar o que talvez possa ser chamado de literatura. Não que seja um sacrifício esta atividade da escrita, mas confesso que deixar o blog as traças me causa sim um desconforto. Se for assim, melhor fechar a conta e comprar um caderninho. Mas continuo aqui, respirando com o nariz para fora do mar de tarefas, compromissos e nadando com os pés e mãos amarrados pela preguiça. Mas lembro de “você” e sonho com as vidas que vivemos juntos, a viagens que faremos e o suspiro que acabo dar para que a coisa toda comece a fluir. Um livro poderia ser escrito, um longa-metragem e um disco inteiro de amor poderiam ser produzidos com os fragmentos conhecidos a seu respeito. Basta olhar pra tua foto para que um argumento de filme comece a ser construído.

Mas a própria literatura não é o exercício de inventar vidas?

Tanto para quem escreve, quanto para o leitor, o romance serve acima de tudo para experimentarmos outras realidades. Usamos as palavras como veículo de fuga da nossa rotina miserável. E maravilhosamente livre, podemos escolher nossos destinos.

Pois não podemos selecionar nossos livros e blogs? E a cada novo texto escrito, não temos um zilhão de possibilidades de palavras? Mas me diga você, o amor também não passa de livres projeções sobre alguém? Como posso amar uma pessoa que nem sequer conheço?

E o que dizer do amor a primeira vista?

Projeções instantâneas sobre o objeto amado. E não duvide da velocidade do nosso processador cerebral. Em menos de 1 minuto somos capazes de viver uma década com outra pessoa. Você olha e no instante seguinte está disposto a trabalhar a vida inteira num emprego de merda para fazê-la(o) feliz. E quando partimos para a sedução, o ato em si, os trejeitos, os olhares são meros jogos de palavras. Combinações simbólicas que tem o objetivo de colocar em prática, tudo aquilo antes imaginado.

E não seria justamente isso, a construção de um texto?

Mas no campo da liberdade é que a literatura leva a grande vantagem. Podemos facilmente deixar de ler ou apagar um texto, basta guardar o livro ou usar a borracha. Ao contrário, o amor cria um emaranhado de complicações e tensões, já que suas expectativas não dependem mais só de você. Na literatura, its Just me baby. Por isso o amor por “você”, apesar de parecer uma mentira demente, é sincero. É justo. Sem troco ou recompensa. Um amor livre, sem rimas ou regras. Sem chaves. Todas as portas abertas.

hellfrick

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