Talvez nem tenha sido pelo seu moletom verde com capô que eu tenha te oferecido carona naquele dia de chuva. Eu nunca vou poder dizer que foi o sorriso. Até você entrar no carro, nem sequer tinha visto seu rosto.
E falar que foi o perfume seria a mais pura mentira. O primeiro cheiro que senti de você foi de “pinto molhado”, mistura de suor com chuva. E pra ser sincero, seus olhos não me chamaram tanta atenção assim, apesar de achá-los irritantemente lindos hoje em dia. E se alguém disser que foi seu All Star, idêntico ao meu, digo que foi pura coincidência.
Não, não foi por isso. Muito menos por termos nadados juntos na enchente, que te causou uma infecção terrível no ouvido. Infecção que me obrigou a levá-la pro hospital e ver você chorar pela primeira vez.
Até você ter ido dormir na minha casa naquela noite, eu não tinha a mínima idéia da razão pela qual eu iria te entregar toda a minha vida. Na verdade, até ontem, quando recebi sua carta, eu apenas desconfiava. E agora que você foi mesmo embora, fico pensando nestes anos todos depois daquela carona. Minhas lembranças apontam para um instante, que instintivamente meu coração injusto julga como o grande culpado disso tudo. Eu nunca culparia você. Mas a cena de você andando na tempestade, com as mãos no bolso, caminhando como se fosse o primeiro dia da primavera...
Hellfrick
Thursday, March 11, 2010
Foi por isso
Postado por Diego Rezende às 8:58 PM
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
8 Comments:
Very nice !
Adorei este texto, mexeu incrivelmente comigo...
Beijo
Eu comentei e apaguei sem querer.Enfim, obrigado pela visita no blog irmão (:
Passo aqui sempre ! E me enxo de orgulho tambem..
Beijoss.
Essa sim.
Total culpa dessa cena.
Vi teu texto no Blog, Coffe and Cigarettes e adoreei! Então resolvi vir aqui ler os outros, e quer saber? Me apaixonei neles! Esse teu último então está perfeito. Gostei demais do blog :D
Gostei muito do post.
beijos;*
No fim sempre tem um "culpado" ou "culpados".
Muito bom! =)
Beijo
Post a Comment